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O Processo

são dâmaso: Vida, morte e (re)existência de um bairro

Este mapa é fruto do trabalho em campo realizado pela professora e alunxs da Atividade Curricular em Comunidade e Sociedade (ACCS) “O habitar em casarões ocupados do Centro de Salvador” (UFBA 2019.1), em conjunto com moradorxs integrantes da Associação de Moradores e Amigos do Centro Histórico (AMACH), do bairro de São Dâmaso. A montagem e produção do mapa final foram realizados pela equipe de Panoramas Urbanos.

De acordo com o Mapa dos Vazios, São Dâmaso, também conhecido como a Sétima Etapa da Requalificação do Centro Histórico de Salvador, é a área que, dentro da região mapeada, possui mais imóveis vazios. Esta situação é o resultado das reformas do CHS promovidas pelo governo do Estado da Bahia desde 1993 e contrasta notavelmente com as memórias dxs antigxs moradorxs que ainda habitam o bairro. O Mapa São Dâmaso: morte, vida e resistência de um bairro resgata esta memória de bairro vivo e de usos múltiplos, colocando em xeque uma requalificação (Sétima Etapa do Pelourinho) que matou não apenas a vida de um bairro e o cotidiano de seus moradores, como também sua própria sobrevivência

O processo de produção do mapa contou com as seguintes etapas:

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Partimos da escuta das memórias de 10 moradorxs que, ao mesmo tempo que se referiam ao estado esvaziado do bairro hoje, rememoravam o antigo bairro vivo e tentavam delinear o que seria ideal no futuro. Estas memórias foram narradas em sessões coletivas e individualizadas. Nestas últimas, cada morador foi colocado diante de uma cartolina na qual foram desenhadas as ruas e quarteirões do bairro em escala ampliada, sendo solicitadxs a demarcarem nela os locais onde existiam, entre as décadas de 1970 e 1990, bares, restaurantes, “bregas”, oficinas, lojas, pousadas, instituições, práticas de rua, incidentes por todxs conhecidos etc. Em seguida, mediante o percorrido pelas 8 ruas do bairro, estas memórias foram estimuladas a se tornarem mais ricas em detalhes, complementando o mapa de usos. O processo de conversas, preenchimento do mapa e percorridos foram registrados em áudios, vídeos e fotografias. 

Ainda referido ao passado, o miolo da janela expõe um mapa de usos do bairro, resultado da sobreposição dos 10 mapas individuais preenchidos por cada um dos moradorxs.

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A segunda aba da janela diz respeito ao futuro – “O QUE QUEREMOS”. Nela, sintetizamos o intuito dos moradorxs com a cartografia, seu processo de produção e a indispensável mensagem delxs aos poderes públicos: “queremos um bairro habitado, habitando casa e rua, habitando e mercando”. 

Dada a riqueza de informações sobre o passado do bairro, o presente dele e seu futuro, a equipe de Panoramas Urbanos teve de imaginar uma cartografia que conseguisse capturar esta diversidade de tempos e suas imbricações.

Daí o formato em janela, que, quando fechada, expõe o presente – “COMO É” – do bairro mediante uma colagem de fotografias, frases e áudios de insatisfação e tristeza de seus moradorxs. 

Ao ser aberta, uma das abas da janela apresenta o passado do bairro – “COMO ERA” – por meio de uma seleção de frases enunciadas ao longo das sessões de conversas. 

O mapa físico usou uma base de madeira com dobradiças que permitem o abrir e fechar das abas e a leitura por partes, de forma dinâmica e interativa. As dobras, ao mesmo tempo que separam os tempos, representam a forma como estão implacavelmente imbricados.

Por fim, é preciso salientar que o mapa físico é bilíngue por solicitação da própria AMACH.

Assim, o mapa “São Dâmaso: Morte e Vida de um Bairro” resgata a memória dxs moradorxs que habitam a região há décadas, mostrando a dinâmica de suas ruas e os usos de seus imóveis ao longo do tempo, bem como a expectativa para o futuro desses moradorxs que presenciaram a efervescência do bairro desaparecer. Perceber a quantidade de bares, pousadas, comércios, locais de venda de comidas variados e o uso por parte de uma população diversa, composta tanto de moradorxs locais quanto de visitantes, nos leva a entender uma complexa forma de habitar que se pretendeu eliminar com a reforma: uma na qual o bairro é ao mesmo tempo aberto e fechado, casa e rua, de estranhos e vizinhos, de vida e sobrevivência. 

Como

 navegar

pelo

mapa?

Ao acessar o mapa, primeiro aparecerá a "frente" dele, com fotos e frases do bairro hoje, clique no cadeado no meio da página para acessar a parte de "dentro" onde se encontra o mapa de memórias de como era.

No mapa, clique nas formas          para ver  detalhes de cada imóvel e no botão de play          para ouvir as memórias.

As cenas nas ruas também são botões!

Clicando nos títulos laterais "COMO ERA" e

"O QUE QUEREMOS" terá acesso à novas janelas.

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